quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Jymmy Wyble, a treasure to be discovered

Recebi ontem uma mensagem de uma grande figura de Los Angeles, um sujeito sensacional que atende pelo nome de Bob Barry. Trata-se de um fotógrafo especializado em Jazz que me foi apresentado por Anthony Wilson e John Pisano num jantar musical e etílico na casa dos Pisanos. Era uma tarde de primavera, maio de 2007. Mais do que um artista, Bob é um bon vivant apaixonado por música, guitarras e bom papo. Fisicamente, um típico personagem, digno de filmes de Francis Ford Coppola ou Martin Scorcese. Don Vito Corleone ou Tommy DeVito cairiam como uma luva em seu biotipo. Por fim, para se entender o quão hilário ele pode ser, basta uma tarde de conversa fiada com esse gentleman e terás a garantia de risos à toda prova.
Mas vamos ao motivo desse post: a tal mensagem eletrônica de Bob trazia em attachment esse vídeo muito bonito, com fotos do evento em homenagem a um certo músico texano... resumindo, um dos guitarristas mais impressionantes que já ouvi: Jymmy Wyble.
Quando Anthony me mostrou pela primeira vez esse guitarrista em 2007 ( sou-lhe eternamente grato por isso), trouxe um CDR que lhe foi entregue pelas próprias mãos de Jymmy. Lembro-me, como se hoje fosse, de suas proféticas palavras: "This will blow your mind!!". Logo ao escutar a faixa de abertura, Prelude to a Kiss, tive a mesma sensação que há muito tive ao ouvir a primeira vez Garoto, Wes Montgomery, Baden Powell ou Metheny, uma emoção indescritível.
Senti-me então um completo ignorante por nunca ter ouvido falar de um guitarrista desse calibre e genialidade. Foi quando Anthony me contou a história esclarecedora e ainda mais comovente sobre esse senhor: Jimmy Wyble não poderia mesmo ser conhecido, especialmente pelas gerações mais novas: Por motivos pessoais, tornou-se um homem recluso, assim permanecendo por anos e anos. Raramente saía de casa para tocar ou mesmo para ouvir outros colegas e amigos, embora sempre tenha sido um homem generoso e muito, muito querido. Só recentemente Jymmy voltou a sair, socializar-se mais e novamente se apresentar tocando sua magistral guitarra para que todos possam, mais uma vez, se curvar diante de seu assombroso talento.
Tive a honra de conhecê-lo pessoalmente no concerto que fizemos ano passado, o " Guitar's Night", em Los Angeles. Jymmy esteve lá.
Só de vê-lo de perto e trocar algumas poucas palavras com ele, entendi tudo.

Jymmy Wible himself


Jymmy Wible's piece

Jymmy Wible himself

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A great song is always a great song.

A great song, no matter what, is always a great song. This is a classic example of that ( in a GOOD way), I particularly always loved this Woody Allen's version of this beautiful tune.
He's singing it as simple as you could sing, surronded by a gourgess and very sutil arrangment.

It's worthed to check the Keith Jarrett's version from the album The Melody At Night, With you, and Diana Krall's Version, from the album All for you, as well.

I'M THROUGH WITH LOVE ( Matt Maineck, Gus kahn. J. Livingston)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mercado Cultural em Salvador

Logo ao desembarcarmos no Hotel em Salvador, por ocasião do Mercado Cultural que acontece na cidade anualmente, deparamo-nos com o clima de extrema camaradagem e profissionalismo que envolvia a estrutura toda (staff e artistas), uma coisa muito bacana e a combinação ideal para qualquer viagem.
Já sabíamos da importância desse evento intercontinental, mas de fato foi surpreendente e gratificante estar em contato (bem de perto) com a música de nossos países vizinhos, tão próximos mas ao mesmo tempo tão distantes... explico:
É mais fácil estarmos inteirados sobre uma nova banda pop-rock Norueguesa ou aquele rapper do subúrbio de Paris do que a cena musical que nos envolve pelas fronteiras; Venezuela, Peru, Colombia, Argentina, Peru ou Bolivia...
Isso é fato mas, sem entrar em detalhes sobre os motivos desse relativo distanciamento cultural ( pelo menos no que diz respeito a música), digo que ter conhecido o trabalho do cantor de Madagascar Rajery, o grupo de quatristas venezuelanos C4, reouvir o trabalho do projeto América Contemporânea (com Aquiles Baez, Lucía Pulido, Luis Solar Narciso, Benjamim e João Talbkin, Ari Colares, Alvaro Montenegro), além de outros músicos interessantes e pessoas agradabilíssimas, foi e sempre será daquelas experiências prazerosas e inesquecíveis.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

São Paulo traffic...


The only thing we can do about facing the São Paulo traffic (my dear hometown) showing some civilized manners is to charge your Ipod and enjoy some good music while driving, and relax...that's the best way out from getting nuts, garanteed!
Here's my playlist from this past week:

Glazunov - Glazunov: The Sea, Oriental Rhapsody, Ballade
Gerald Wilson - Monterey Moods
Chico Buarque - Almanaque
Milton Nascimento & Belmondo - Milton Nascimento & Belmondo
Paulinho da Viola - Prisma Luminoso
• Burt Bacharach & Elvis Costello - Painted from Memory
Joe Henderson - So near so far
Maria João e Mário Laginha - Chorinho Feliz
Sylvain Luc - Trio Sud
Zé Miguel Wisnik - Pérola aos poucos
André Mehmari - Lachrimae

Obrigado ao pessoal de San Diego

No último dia 23 de Novembro recebi um e-mail da California que me deixou profundamente emocionado.
É que atualmente vivemos essa realidade de extrema volatilidade, tudo passando sob nossos olhos tão rapidamente, transformando-se como se numa espécie de "estado líquido", que nem mesmo sabemos qual o propósito de tudo o que plantamos em meio a essa efemeridade constante das coisas, uma aparente areia movediça!
O que é real e o que é virtual, fictício? Parece que não sabemos mais. Nesse ponto, confesso, a internet nos confunde sobremaneira. Separar o joio do trigo nesse universo de um bilhão de informações, entre as verdades e os factóides a que a rede nos expõe, inclusive invadindo diariamente nossas caixas postais, não é das tarefas mais fáceis!
É como naquele livro de Zygmunt Bauman "Modernidade Líquida", ou a velha questão que sempre esteve no ar: Quo vadis?...
Pois bem, voltando à mensagem, ela me contava de uma recente homenagem, um concerto realizado na cidade de San Diego semana passada; 'Chico Pinheiro Tribute Concert'.
A flautista e uma das participantes do tributo, Louisa West, reportava-me entusiasmada sobre o que acontecera naquela noite de Domingo; o repertório, arranjos, formações e bandas participantes, os três sets que compunham o show.
Fiquei surpreso e maravilhado com tamanho cuidado nos pequenos detalhes; a transcrição dos temas, dos solos, instrumentações, a dedicação e tempo empenhados por todos os envolvidos no projeto.
Isso me fez lembrar da pergunta de um grande amigo, Márcio Soares (hoje um dos grandes montadores de cinema e TV do país, também saxofonista e Clarinetista de Jazz) durante nossos tempos de Berklee: "Chico, qual o seu sonho pro futuro?" Ao que respondi: "Trabalhar! E, se possível, sempre com boa música".
A todo o carinho e generosidade que vem de longe, a Kamau Kenyatta e membros do University of California's Jazz Studies Department, a todos os músicos participantes, envio de volta um abraço afetuoso: Muito obrigado pessoal!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Omara Portuondo & Maria Bethânia

Há algum tempo fomos ao show de Maria Bethânia, em São Paulo. Mais precisamente, ao lançamento de seu cd 'Brasileirinho'. Há muito não ouvia Bethânia in loco até que, finalmente, voltei a vê-la em ação naquela performance fantástica, um verdadeiro marco para mim como espectador. Aquele espetáculo foi a confirmação inconteste do que já era sabido mas que, naquela noite em especial, foi de vez sacramentado (ao menos pra gente): Bethânia é, sem dúvida, uma das grandes cantoras da atualidade, uma artista extraordinária. Durante o concerto, eu e Lu fomos arrebatados pelo ritual mágico, momentos que literalmente lembravam-nos do 'porquê' de sermos músicos, de como era fundamental nos postarmos em relação a nossa arte, nosso ofício sagrado. A relação de Bethânia com sua música é inteira, clara, profunda, direta, e isso é raro e bonito.
D. Omara Portuondo é uma artista que pode ser contundente e terna, sutil e rascante, capaz de cantar uma cançao de ninar da forma mais delicada e um Guaguancó com swingue, potência e maestria sem iguais, e ainda por cima como se nada fosse! Omara representa da forma mais natural, respeitosa e legítima "aquela" Cuba; de Cachao Lopez, José Antonio Méndez, César Portillo de la Luz, Perez Prado, Ibrahim Ferrer, a da época dourada dos anos 50. Honra e faz questão de carregar a melhor tradução musical de seu país que vem desde Ernesto Lecuona, Leo Brouwer e outros bambas.
O DVD do show de Bethânia e Omara é de uma felicidade sem tamanho ao documentar esse encontro emocionante de duas das músicas mais sensacionais do globo ( junto com a americana) interpretadas por duas de suas mais inspiradas representantes. Nas palavras de Franck Padrón, de Cuba e Brasil é possível se dizer que são " de um pássaro, as duas asas". Isso é bem verdade, e ecoa também em diversos momentos do concerto registrado em "Omara Portuondo & Maria Bethânia Ao Vivo". Liguei para meu amigo Swami Jr. (grande violonista de 7 cordas e brilhante como um dos produtores musicais do projeto, com Jaime Além) e contei-lhe de meu orgulho e felicidade por ele, que aquilo era histórico e muito sério...
Cuba e Brasil são grandes, Omara e Bethânia que nos digam.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Things I've been listening to...


Hi there! These are some of the stuff I've been playing on my IPod lately... I will be posting more soon.

Martha Argerich - Rachmaninoff: Concerto No.3/Tchaikovsky: Piano Concerto No.1
• Bob Belden - Black Dahlia
Gabriel Hernandez - Jazz a lo cubano
Baden Powell - Le Monde Musical De Baden Powell Vol.1
David Sanchez - Cultural Survival
João Gilberto - João
Manuel Valera - Melancolía
• Guillermo Klein - Una Nave

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Grand Bazaar em Istambul


Sempre sonhei, desde pequeno, em conhecer a deslumbrante Constantinopla, Capital do Império Bizantino que, cortada pelo belíssimo estreito de Bhosphorus também divide o Oriente e Ocidente e que cuja queda ( no século 15) deu início ao Império Otomano e a Idade Moderna ( e consequentemente o fim da idade Média, período extremamente interessante e que me causa grande fascínio); hoje conhecida por Istambul.
Pois então: há um documentário fantástico sobre a pujança musical na cidade, o filme Atravessando a Ponte ( Crossing the bridge), do turco-alemão Fatih Akim. É uma viagem musical que traz da cena mais underground aos grupos contemporâneos mais pops e conhecidos, dos sons mais tradicionais orientais, antigas canções, músicos fantásticos como Orhan Gencebay, ao híbrido psicodélico e Hip Hop Turcos! Uma das cenas mais impressionantes é uma Jam session conduzida pelo incrível clarinetista Selim Sesler, dentro de um bar em sua cidade natal, onde todos celebram uma espécie de fusão da música turca e romena, bebendo e tocando muito. Se Confúcio dizia que para se compreender a cultura de qualquer lugar é preciso ouvir a música que vem dali, certamente o filme nos ajuda a entender um pouquinho da antiga Constantinopla e da multi-facetada e frenética Istambul, do estreito de Bhosphorus e de sua gente.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Texto para Cesar Mariano e Romero Lubambo

Esse texto me foi encomendado pelos queridos Cesar e Romero ( há algum tempo) para o lindo dvd "DUO", dos dois ( abaixo).



DUO- Cesar Camargo Mariano e Romero Lubambo

Observando bem a rica trajetória de nossa música, sobre um aspecto certamente chegaremos à seguinte conclusão: assim como no futebol, a reunião de grandes craques não garante um time que nos encha os olhos, nos arrebate. É preciso muito mais do que isso!

Apenas alguns desses raros e inexplicáveis encontros foram capazes de nos fazer rir, chorar e sorrir à toa, na certeza de que vale a pena estar nesse mundo pelo simples prazer de compartilhar destes momentos mágicos.

Assim foi com o lendário “Oito batutas”, de Donga e Pixinguinha nos anos 20, Fred Astaire e Ginger Rogers “flutuando” nos anos 30 ao som de Cheek to Cheek, o Quinteto de Miles Davis, Bill Evans e cia, o Santos de Pelé e Coutinho nos anos 60.

Com o célebre “Samambaia”, nos anos 80, aconteceu mais uma vez um desses momentos mágicos. Esse disco, de Cesar Camargo Mariano e Hélio Delmiro, simplesmente elevou a auto-estima dos instrumentistas de todo país às alturas! Era como se falássemos para nós mesmos: “ Somos brasileiros e temos Cesar Mariano e Helinho Delmiro jogando em nossa seleção, juntos!”. Para todos nós, da geração pós-Samambaia, era a mesma emoção de se ter Pelé e Garrincha jogando pelo Brasil, lado a lado.

Se o acaso muitas vezes se encarrega de trazer os melhores ventos para as boas embarcações, ele foi dos mais generosos com a música brasileira em Julho de 1996, mais precisamente no Festival de jazz de Montreaux, Suíça. Foi de um concerto por lá que nasceu mais uma dessas comunhões extraordinárias, em que Cesar Camargo Mariano e Romero Lubambo dividiram o palco sacramentando mais um encontro único.

Falar de Cesar Mariano como músico, de sua genialidade tocando, arranjando e compondo, é lugar comum tão dispensável como enaltecer qualidades artísticas em Herbie Hancock ou Quincy Jones. Não há como pensar em piano no Brasil e não pensar em seu nome. E onde Cesar coloca seu piano ou sua caneta, músicas adquirem proporções continentais!

Romero Lubambo, finíssimo e absoluto mestre do violão e da guitarra, longe do país por anos e anos e trabalhando com o que há de melhor nos Estados Unidos, pra sorte deles, é referência obrigatória em seu instrumento, uma fonte inspiradora inesgotável cultuada pelo mundo.

Agora, imaginem-se assistindo a um espetáculo desses dois craques atuando juntos com imagem e som ideais! Pois é justamente esta a boa, a grande notícia: Esse encontro acaba de ser documentado em DVD pela Trama, nos proporcionando ver o que ouvíamos no CD homônimo e ainda mais; material extra com bônus tracks, um caprichado documentário gravado nos Estados Unidos e um belo making of, histórias e imagens lindas de tudo que envolveu a realização primorosa do show.

Logo à introdução do primeiro tema, Samba Dobrado, quando as preciosas e esparsas notas do piano encontram as do violão, tem-se a certeza de que, mais do que dois músicos, estão ali no palco dois amigos que se respeitam e admiram profundamente.
Depois Choro nº 7, com lindo solo de Cesar e violão brasileiro, lírico de Romero sobre a tela impressionista dos acordes do piano. A introdução de Fotografia é um capítulo à parte, e o concerto transcorre brilhante, até a última nota!

Tudo soa sofisticadíssimo e ao mesmo tempo simples tocado por esses dois, tema após tema: Jobim, Djavan, Clifford Brown, Ary Barroso, Moacir Santos e eles mesmos, revisitados e reinventados de forma absolutamente original e brasileira.

São 15 músicas desfilando arranjos, performances e histórias tão emocionantes que fica difícil descrevê-las em palavras. Tudo que se dissesse aqui seria pouco se comparado ao prazer de se assistir ao Duo de Cesar e Romero. Ah, isso sim é que é bom!

Chico Pinheiro

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Bill Cosby Drumming

Para quem é músico ( especialmente os bateristas) esse vídeo com Dick Cavett e Bill Cosby, que descreve seus tempos de tennager aspirante à baterista de Jazz é de chorar de rir.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Boas vindas

Olá pessoal.
Depois de algum tempo de ensaio, estou me iniciando, enfim, nesse universo dos blogs. 
Fui pouco a pouco me afeiçoando à idéia depois de diversos amigos me dizerem o quanto é interessante (e também muito simples) essa interacão internáutica, além de divertida. Enfim, ajudaram-me a criar esse espaçozinho que aqui está.
Deste modo deixo esse post a vocês - futuros leitores, participantes, amigos, colaboradores, enfim:
Sejam todos bem vindos!!
Chico