Outro dia comentava com um grande amigo músico sobre como o caminho das trilhas sonoras nos filmes vêm se modificando, se moldando nos últimos tempos, e como estas retratam tão bem uma época, sua contemporaneidade.
É interessante como Hollywood, por ser a maior e mais poderosa indústria cinematográfica do planeta, acaba funcionando como o grande termômetro, apontando tendências e estilos.
Durante a conversa reparávamos como as trilhas minimalistas vinham tornando-se mais e mais frequentes, aquelas com predominância de grooves, ritmos, mais modais... menos românticas, sentimentais, mais diretas e "sêcas", menos sinuosas. Vide "Cidade de Deus", ou "Ocen 11"... ou todas do Tarantino, fantásticas.
Mas é muito especial e mágico como algumas dessas trilhas podem nos marcar a tal ponto que nunca mais conseguimos esquecer aquela sensação, o impacto causado pela primeira exposição ao filme ou a uma cena. Muitas vezes isso acontece por causa da trilha... e na maioria das vezes nem nos damos conta disso ( segundo Alan Mencken, que trabalha com a Disney, isso é justamente um sinal de que a trilha é boa, quando não a notamos mas ainda assim nos emocionamos com ela).
Lembro bem que, mais do que das cenas, do roteiro ou dos atores, nunca esqueço do tema principal de Summer of '42 ("Verão de 42", que vi com meus pais na década de 80).
O mesmo aconteceu com "Lolita" de Kubrick, cuja trilha composta por Nelson Riddle marejaram meus olhos logo à primeira audição.
Quem não se lembra dos temas de Star Wars, E.T., o Terminal ( cujo tema principal é fantástico), Harry Potter, Indiana Jones, A.I, Jaws... todos de John Williams? Tenho uma paixão especial pela trilha de E.T.
Quando Elliot está na floresta à toda em sua bicicleta, com E.T. na cestinha da frente (refiro-me àquela sequência famosa: o inconfundível 'vôo com a Lua cheia ao fundo') no momento em que eles finalmente 'decolam' não há como não ir às lágrimas. Mas se reparamos bem, por trás daquela linda cena a trilha traz uma série de modulações e caminhos que vão nos 'conduzindo' até chegarmos finalmente no ponto culminante: o do "alçar vôo" , que é justamente quando a melodia desemboca no deslumbrate tema principal: incrível.
Mas a música pode ser para chorar, rir, ter medo... Henri Mancini (Pink Panther), Bernard Herrman ( Citizen Kane, Psycho, Taxi Driver), Lalo Schiffrin (Missão impossível, que alguns afirmam categoricamente ser de Moacir Santos), Bob Belden ( Black Dhalia), Vangelis (Blade Runner), Phillip Glass (Koyaanisqatsi, Mishima, Kundun). Johnny Mandel, que escreveu a comovente The Shadow of your smile (The sandpiper). Mandel, assim como Benny Golson, era também um grande compositor de séries de TV.
Artistas do universo Pop, como o irreverente Randy Newman, também deram suas contribuições. Este, por exemplo, compôs e interpretou a divertida "you've got a friend in me", do filme 'Toy Story'. Também criou os divertidos main themes para Bug's Life e Monsters S.A ( este último no melhor estilo "old Swing").
Há também os grandes europeus, como um Morriconne ( Cinema Paradiso, outra pérola), um Nino Rota ( The Godfather), o próprio Michel Legrand ( Verão de 42'), mais recentemente Alexandre Desplat ( The Curious case of Benjamin Button). E também os latino-americanos, que vêm ganhando espaço, como o recente vencedor de dois 'Oscar' (por Babel e Brokeback Mountain), Gustavo Santaolalla.
Mesmo quem não seja apaixonado pos trilhas, como eu, possivelmente terá (ainda que não lembre ou não saiba!) ao menos uma que lhe é especial, "aquela", do coração . E quando se ouve logo se identifica, pois vem aquele nó na garganta, um suspiro, um sorriso.... ou ainda melhor: todos juntos!
Blog do músico, que aborda os mais diversos assuntos: música, literatura, cinema, futebol, viagens, pensamentos, enfim, mais um espaço cibernético aconchegante para se trocar idéias... bem vindos!
sábado, 28 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Europe fall 09'.
It's aways good to be back home!
What I can say is that Berlin is one of my favorite places in the world: wonderful vibe, sophistication, modern places and people, art,
wonderful crowd, what a fantastic city.
Skopje is a unusual, very facinating place ( as Cyprus as well), with warm people and wonderful food. Athens is a completely diferent history. Just to be there is 'breathtaking'... you feel to be exactly where everything was happening... it's just so hip.
We went back home happy but exausted. In fact, it was a intense trip in a sense of so many flights... in so little time!
But after all that... home sweet home.
C.
Europe Fall 09
What I can say is that Berlin is one of my favorite places in the world: wonderful vibe, sophistication, modern places and people, art,
wonderful crowd, what a fantastic city.
Skopje is a unusual, very facinating place ( as Cyprus as well), with warm people and wonderful food. Athens is a completely diferent history. Just to be there is 'breathtaking'... you feel to be exactly where everything was happening... it's just so hip.
We went back home happy but exausted. In fact, it was a intense trip in a sense of so many flights... in so little time!
But after all that... home sweet home.
C.
Europe Fall 09

quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Album of the week
WIDE ANGLES, by Michael Brecker.

A landmark album. Spetacular writing by both Brecker (as a composer) and Gil Goldstein ( arranger and co-producer).
Beautiful performances by the rhythm section (Adam Rogers on guitar, John Patitucci on bass and Antonio Sanchez on drums), by the horn and string players as well! A very different orchestration texture, kinda impressionistic and very powerful at the same time. Brecker is playing his horn ferociously, but in a lyrical way, as aways. In just a feel words - gorgeous.

A landmark album. Spetacular writing by both Brecker (as a composer) and Gil Goldstein ( arranger and co-producer).
Beautiful performances by the rhythm section (Adam Rogers on guitar, John Patitucci on bass and Antonio Sanchez on drums), by the horn and string players as well! A very different orchestration texture, kinda impressionistic and very powerful at the same time. Brecker is playing his horn ferociously, but in a lyrical way, as aways. In just a feel words - gorgeous.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
From the Ipod...
Listening to...
• Paul Simon - Graceland
• Brad Mehldau - Largo
• Brahms - Symphonie No.4 · Tragische Ouverture Op. 81 with The Philadelphia Orchestra
• Pixinguinha Sinfonico - Orquestra Petrobras. Silvio Barbato
• Mike Moreno - Between the lines
• Daniel Santiago - Metrópole
• Fabio Torres - Pra esquecer das coisas úteis
• Paul Simon - Graceland
• Brad Mehldau - Largo
• Brahms - Symphonie No.4 · Tragische Ouverture Op. 81 with The Philadelphia Orchestra
• Pixinguinha Sinfonico - Orquestra Petrobras. Silvio Barbato
• Mike Moreno - Between the lines
• Daniel Santiago - Metrópole
• Fabio Torres - Pra esquecer das coisas úteis
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Diário de Bordo
Oi pessoal,
Os últimos 30 dias têm sido muito corridos, por conta do processo do CD novo, que começou bastante intenso.
Assim que chegamos de viagem da Europa em Julho ( mais precisamente dia 12) comecei já a escrever os arranjos, pensando as instrumentações, conceito, letristas, com a diferença de que há 2 músicas de outros compositores ( aliás, fantásticos, de quem sou fã há muito tempo).
Depois de tudo pronto, entramos em estúdio para o ensaio em São Paulo... o material quase todo desconhecido, novo.
Começamos enfim a gravar na semana do dia 17 de Setembro.
Toda a parte Brasileira (músicos conterrâneos envolvidos, convidados, etc) foi registrada em sua performance.
O estúdio escolhido foi um relativamente novo pra mim ( havia gravado umas 2 ou 3 vezes somente), o NaCena.
Parto então para Denver para registrar alguns takes. Terminadas as gravações em Denver vim direto para Los Angeles, para dar continuidade ao trabalho, de onde estou escrevendo ( daqui se vê a fumaça do grande incêndio espalhada por toda cidade)... damos sequência às gravações por aqui e volto à terrinha em breve.
Estou apenas um pouco triste de estar perdendo neste exato momento Brasil X Chile... mas são ossos do ofício muito bem vindos.
C.
Os últimos 30 dias têm sido muito corridos, por conta do processo do CD novo, que começou bastante intenso.
Assim que chegamos de viagem da Europa em Julho ( mais precisamente dia 12) comecei já a escrever os arranjos, pensando as instrumentações, conceito, letristas, com a diferença de que há 2 músicas de outros compositores ( aliás, fantásticos, de quem sou fã há muito tempo).
Depois de tudo pronto, entramos em estúdio para o ensaio em São Paulo... o material quase todo desconhecido, novo.
Começamos enfim a gravar na semana do dia 17 de Setembro.
Toda a parte Brasileira (músicos conterrâneos envolvidos, convidados, etc) foi registrada em sua performance.
O estúdio escolhido foi um relativamente novo pra mim ( havia gravado umas 2 ou 3 vezes somente), o NaCena.
Parto então para Denver para registrar alguns takes. Terminadas as gravações em Denver vim direto para Los Angeles, para dar continuidade ao trabalho, de onde estou escrevendo ( daqui se vê a fumaça do grande incêndio espalhada por toda cidade)... damos sequência às gravações por aqui e volto à terrinha em breve.
Estou apenas um pouco triste de estar perdendo neste exato momento Brasil X Chile... mas são ossos do ofício muito bem vindos.
C.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
United breaks guitars
This is a video a guy shoot based on a true story, actually he went through this, like many of us.
Check this out:
Check this out:
sábado, 8 de agosto de 2009
Formação e informação...
Tenho estado um pouco farto dos noticiários; os matutinos, revistas, telejornais, a internet... não por algo específico, mas sim por uma série de razões; leia-se 'notícias'. Cá entre nós, não está brincadeira!
Veja por um lado o caso dessa exemplar cidadã, que por acaso trabalha em minha casa há bastante tempo, a Gê: ela sustenta quatro (eu disse q-u-a-t-r-o) filhos com o salário que recebe todo mês, batalhado real a real, e ainda assim chega invariavelmente com a disposição contagiante que lhe é peculiar 'bom dia seo Chico, o café está na mesa'. Ainda paga honestamente seus impostos, como todos nós cidadãos... isso teoricamente, é claro.
Por outro lado, abrindo o jornal logo na capa me deparo com a manchete em letras garrafais: "Presidente do Conselho de Ética arquiva todas as acusações restantes contra Sarney".
A esta altura vocês vão pensar "que raios ele está falando, que conexão teria a Gê e seu digno ganha pão com o caso dos Sarney?". Simples, são dois exemplos claros de duas classificações antagônicas: a da Gê - cidadã direita, honesta, com C maiúsculo, e a desse político, essa figura pública conhecida (melhor não dizer aqui em qual classificação se encaixaria).
Pois bem, ao ler essa notícia do arquivamento, despertou-me novamente aquele sentimento que evito tanto, não sei ao certo se uma ojeriza, indignação, ou mesmo uma pungente desolação que muitos chamariam de solidão. But the life and the show must go on!
Voltemos a realidade; essa politicalha brasileira não inventou a aura escura que ronda o senado ( ou a política geral), os senadores da Roma Antiga já se refestelavam usando os mesmos artifícios que os atuais continuam a se utilizar, e que estão nas capas dos jornais, noticiados à fartura, pra quem quiser ver.
O que me espanta mesmo é, em pleno século 21, continuarem toda essa farra, sobretudo protegidos por uma lei que eles mesmos criaram para burlarem a pena que aplicam severamente no cidadão comum, isso é, a Gê.
"Atos secretos"? Em pleno 2009? No way!
Enfim; o melhor a se fazer quando essa 'pungente desolação' ensaiar sua aparição dentro na gente , é se dispensar a tal "informação" ( pelo menos por hora), e optar pela "formação"; vá de Fernando Pessoa, Shakespeare, Jung, Machado de Assis, Nietzsche, Platão, Schopenhauer... todos eles nos falam destas mesmas fraquezas humanas, com uma grande vantagem: a de que, certamente, chegaremos ao final das leituras mais inspirados, e felizes!
Veja por um lado o caso dessa exemplar cidadã, que por acaso trabalha em minha casa há bastante tempo, a Gê: ela sustenta quatro (eu disse q-u-a-t-r-o) filhos com o salário que recebe todo mês, batalhado real a real, e ainda assim chega invariavelmente com a disposição contagiante que lhe é peculiar 'bom dia seo Chico, o café está na mesa'. Ainda paga honestamente seus impostos, como todos nós cidadãos... isso teoricamente, é claro.
Por outro lado, abrindo o jornal logo na capa me deparo com a manchete em letras garrafais: "Presidente do Conselho de Ética arquiva todas as acusações restantes contra Sarney".
A esta altura vocês vão pensar "que raios ele está falando, que conexão teria a Gê e seu digno ganha pão com o caso dos Sarney?". Simples, são dois exemplos claros de duas classificações antagônicas: a da Gê - cidadã direita, honesta, com C maiúsculo, e a desse político, essa figura pública conhecida (melhor não dizer aqui em qual classificação se encaixaria).
Pois bem, ao ler essa notícia do arquivamento, despertou-me novamente aquele sentimento que evito tanto, não sei ao certo se uma ojeriza, indignação, ou mesmo uma pungente desolação que muitos chamariam de solidão. But the life and the show must go on!
Voltemos a realidade; essa politicalha brasileira não inventou a aura escura que ronda o senado ( ou a política geral), os senadores da Roma Antiga já se refestelavam usando os mesmos artifícios que os atuais continuam a se utilizar, e que estão nas capas dos jornais, noticiados à fartura, pra quem quiser ver.
O que me espanta mesmo é, em pleno século 21, continuarem toda essa farra, sobretudo protegidos por uma lei que eles mesmos criaram para burlarem a pena que aplicam severamente no cidadão comum, isso é, a Gê.
"Atos secretos"? Em pleno 2009? No way!
Enfim; o melhor a se fazer quando essa 'pungente desolação' ensaiar sua aparição dentro na gente , é se dispensar a tal "informação" ( pelo menos por hora), e optar pela "formação"; vá de Fernando Pessoa, Shakespeare, Jung, Machado de Assis, Nietzsche, Platão, Schopenhauer... todos eles nos falam destas mesmas fraquezas humanas, com uma grande vantagem: a de que, certamente, chegaremos ao final das leituras mais inspirados, e felizes!

sexta-feira, 31 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Dois ídolos...
Pessoal, antes de mais nada, que bom estar de volta à terrinha...
Assisti esse vídeo assim que voltei e lhes digo: fiquei cheio de alegria de estar por aqui, com tudo que seja; Sarney e os atos secretos, a gripe por aí ... mas temos um Jackson e um João pra nos alegrar! Pois aí vão os dois gênios de uma só vez, essa dupla maravilhosa.
Assisti esse vídeo assim que voltei e lhes digo: fiquei cheio de alegria de estar por aqui, com tudo que seja; Sarney e os atos secretos, a gripe por aí ... mas temos um Jackson e um João pra nos alegrar! Pois aí vão os dois gênios de uma só vez, essa dupla maravilhosa.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Back to the Ipod...

One of the things I like the most while jogging, I mean, running around the neighborhood ( yes, it's aways good to take good care of your health. As a musician, there's this physical aspect of playing an instrument that we should take it seriously...) is to listen to some nice tunes, each day a different playlist, depending on the mood.
• Hermann Scherchen and Cologne Radio Symphony Orchestra - A. Schönberg: Pelleas und Melisande Op. 5; Friede auf Erden Op. 13; Erwartung Op. 17
• George Garzone - Four's and Two's
• Philippe Baden e M. Adnet - Afrossambajazz
• Claus Ogerman & Danilo Perez - Across the Crystal Sea
• Yamandu Costa - Ida e Volta
• Alex Sipiagin - Mirages
• Nat King Cole - Lush Life
terça-feira, 7 de julho de 2009
Do velho continente
De repente os dias ficaram curtos: trens, aviões, aeroportos e vans demais e tempo de menos! Por isso esse hiato momentâneo...
Pelo velho mundo tudo continua muito bem. Todos ficamos bastante emocionados com o público fantástico, os venues tão hospitaleiros; o que dizer da Europa? Tantas coisas boas. Ela é apenas um pouco longe do nosso Brasil, isso é bem verdade. Mas uma coisa há que se acrescentar: come-se maravilhosamente bem por aqui! E os menus, tão diversos quanto saborosos, compensam qualquer vôo, por mais longo e cansativo que este seja.
Portugal sempre será algo à parte. Sentimo-nos em casa, desde o Porto, na Casa da Música, depois Lisboa, na Aula Magna e Faro, uma cidade encantadora e igualmente calorosa. Ali no palco todos ficávamos muito comovidos a cada show. A Itália em sua primeira noite teve um fantástico wine tasting; vinhos da região Sul muito delicados acompanhados de pratos deliciosos (basta ver a expressão de felicidade do Edu sentado à mesa), um restaurante agradabilíssimo. E o café clássico... il machiatto! Depois vieram as gravações e o concerto no belo 'Palazzio de Fienga'. Foi bem corrido o schedule, tão corrido que não havia muito tempo para fotos ou outros afazeres que não a preparação para os concertos e os translados. Ainda assim, algumas podem ser vistas nesse link: Euro-09'.
Talvez quando voltarmos prepare um pequeno roteiro "degustação" com cafés, restaurantes e lugares aos quais recomendaríamos aos amigos... são tantos! (agora de Paris).
Bjs,
C.
Pelo velho mundo tudo continua muito bem. Todos ficamos bastante emocionados com o público fantástico, os venues tão hospitaleiros; o que dizer da Europa? Tantas coisas boas. Ela é apenas um pouco longe do nosso Brasil, isso é bem verdade. Mas uma coisa há que se acrescentar: come-se maravilhosamente bem por aqui! E os menus, tão diversos quanto saborosos, compensam qualquer vôo, por mais longo e cansativo que este seja.
Portugal sempre será algo à parte. Sentimo-nos em casa, desde o Porto, na Casa da Música, depois Lisboa, na Aula Magna e Faro, uma cidade encantadora e igualmente calorosa. Ali no palco todos ficávamos muito comovidos a cada show. A Itália em sua primeira noite teve um fantástico wine tasting; vinhos da região Sul muito delicados acompanhados de pratos deliciosos (basta ver a expressão de felicidade do Edu sentado à mesa), um restaurante agradabilíssimo. E o café clássico... il machiatto! Depois vieram as gravações e o concerto no belo 'Palazzio de Fienga'. Foi bem corrido o schedule, tão corrido que não havia muito tempo para fotos ou outros afazeres que não a preparação para os concertos e os translados. Ainda assim, algumas podem ser vistas nesse link: Euro-09'.
Talvez quando voltarmos prepare um pequeno roteiro "degustação" com cafés, restaurantes e lugares aos quais recomendaríamos aos amigos... são tantos! (agora de Paris).
Bjs,
C.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Diversão e arte... diversão é arte!
Como já dizia Mick Goodrick: " não é porque é sério que não pode ser divertido... e não é porque é divertido que não pode ser sério"... aí está!
quarta-feira, 10 de junho de 2009
São Paulo 24 hs

• Paris Jazz Big Band - Paris 24 hs
• John Taylor, Steve Swallow & Gabriele Mirabassi - New Old Age
• The terminal Soundtrack - John Williams
• Toninho Horta - Moonstone
• Larry Goldings - Whatever it takes
• Konstantin Scherbakov - Shostakovich: Piano Sonata No. 1 - 24 Preludes, Op. 34
• Nelson freire - Nelson Freire Interpreta Villa Lobos
• Simon and Garfunkel - The Concert in Central Park
Here's some of the stuff I've been checking out lately.
The Paris Big Band has such an incredible and tight horn section plus some beautiful arrangments/ compositions... is absolutely worth to listen to this guys!
I met Gabrielle Mirabassi two years ago, at this Jazz project we played in São Paulo... we became friends at that time and he gave me an album... such a lirical album. The trio sounds great with no drums.
John Williams is like one of those "you-must-listen-to" composers of our days... an amazing musical mind. This particular score "The Terminal" brings a Jazz flavor within ( it has to do with the history) that I enjoyed so much.
Back in 98', while living in Boston, I was checking out some cds at this store, and suddenly they start playing an album with a guitar player that knocked me out! I asked to the guy "who's playing??" It was Peter Bernstein, and the album was Whatever it takes, by Larry Goldings.
Shostakovich is one of the greats from Russia ( St. Petersburg)...I love this album. Another combination that can't go wrong: Nelson Freire and Villa Lobos.
Moonstone is one of my favorite albuns by Horta. The title track's version, with two guitars, him and Metheny, it's a classic. Paul Simon is a terrific songwriter... this album has all those classics and more, a Landmark. There's also a DVD with that Central Park Concert, wonderful... enjoy!
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Boas Novas
Aqui nesse mesmo espaço já comentei 'en passant' que, não sei porque, teimo em nutrir uma certa ingenuidade em relação ao ser humano, quase pueril, quase tola, talvez por influência de Darcy Ribeiro. Eu concordo com o professor quando em sua obra "O povo brasileiro" se refere à confluência racial ocorrida no Brasil como "uma mistura que deu certo", entre índios, negros e europeus: um país sincrético, novo, que embora seja feito de matrizes díspares, se comporta como um só.
Mas depois de tanta água por baixo da ponte e ainda assim vivermos em um cenário atual cada vez mais caótico, agressivo, corrupto, intolerante, alguém eventualmente dirá que a minha crendice na humanidade vai minguar, depois de tomar insistentes "bordoadas" aqui e acolá, para finalmente sucumbir à inclemente realidade dos fatos: as coisas não vão bem.
Há muito o que se melhorar para que enfim façamos jus à alcunha de "espécime fantástica, única dotada de polegar opositor, razão, emoção, de amar, capaz de fazer coisas das mais extraordinárias", de que tanto nos orgulhamos.
Seria utopia, desvarios de alguém que sonha acordado?? Não sei. Mas uma coisa é certa: precisamos é inventar o Brasil e o mundo que queremos viver, cada um de nós, e o mais rápido possível!
Darcy Ribeiro sorriria ao saber de iniciativas como esta que, no mínimo, achei interessante (até onde eu sei também inédita por aqui): um site dedicado às Boas Novas, idealizado por Ruy Drever ("Paulistano" nascido no Uruguai) que reporta apenas o que acontece de construtivo, positivo por aí ( seja nas artes, nas instituições, pelo mundo, enfim).
Evidente que coisas assim não podem nem devem nos anestesiar, nem se prestarem a embriagar... de forma alguma! Pelo contrário: a coisa precisa desesperadamente entrar nos trilhos, mas é imperativo não esquecermos que cada um de nós é parte fundamental nesse processo.
Quando vi o filme Milk, brilhantemente interpretado por Sean Penn, saí revigorado, com a nítida sensação: one can make the differece!! (isso para não citar os heróis históricos conhecidos de todos nós).
É sempre bom lembrarmos que, se há alguma luz no fim do túnel, que a gente faça por trazê-la para mais perto... é possível.
Mas depois de tanta água por baixo da ponte e ainda assim vivermos em um cenário atual cada vez mais caótico, agressivo, corrupto, intolerante, alguém eventualmente dirá que a minha crendice na humanidade vai minguar, depois de tomar insistentes "bordoadas" aqui e acolá, para finalmente sucumbir à inclemente realidade dos fatos: as coisas não vão bem.
Há muito o que se melhorar para que enfim façamos jus à alcunha de "espécime fantástica, única dotada de polegar opositor, razão, emoção, de amar, capaz de fazer coisas das mais extraordinárias", de que tanto nos orgulhamos.
Seria utopia, desvarios de alguém que sonha acordado?? Não sei. Mas uma coisa é certa: precisamos é inventar o Brasil e o mundo que queremos viver, cada um de nós, e o mais rápido possível!
Darcy Ribeiro sorriria ao saber de iniciativas como esta que, no mínimo, achei interessante (até onde eu sei também inédita por aqui): um site dedicado às Boas Novas, idealizado por Ruy Drever ("Paulistano" nascido no Uruguai) que reporta apenas o que acontece de construtivo, positivo por aí ( seja nas artes, nas instituições, pelo mundo, enfim).
Evidente que coisas assim não podem nem devem nos anestesiar, nem se prestarem a embriagar... de forma alguma! Pelo contrário: a coisa precisa desesperadamente entrar nos trilhos, mas é imperativo não esquecermos que cada um de nós é parte fundamental nesse processo.
Quando vi o filme Milk, brilhantemente interpretado por Sean Penn, saí revigorado, com a nítida sensação: one can make the differece!! (isso para não citar os heróis históricos conhecidos de todos nós).
É sempre bom lembrarmos que, se há alguma luz no fim do túnel, que a gente faça por trazê-la para mais perto... é possível.
domingo, 24 de maio de 2009
Again.... and again.
There's something about the following scenario: a beautiful voice surrounded by a good orchestra performing a gorgeous song, that simply makes me want to listen to it over and over and over... it can be either an Opera, a Broadway Song or a charming Bossa (it doesn't matter), that's the same feeling I have every time I watch certain movies (in that case, not just any movie, but some specific ones...I can think of a couple right now: Modern Times, Billy Elliot, Blade Runner, E.T., Lolita, Hable con Ella, Butch & Cassidy, The curious Case of Benjamin Button, Amarcord, Cinema Paradiso, The Lives Of Others... and so on). It just feels like seeing it again... and again...
State/ João Gilberto/ arranging: Claus Ogerman
Tristan und Isolde - Liebestod (Wagner)/ Waltraud Meier/ conducted by Baremboin
Cry me a River/ Diana Krall/ arranging: Claus Ogerman
The Way you Look Tonight ( Kern)/ James Taylor/Conductor: John Williams
State/ João Gilberto/ arranging: Claus Ogerman
Tristan und Isolde - Liebestod (Wagner)/ Waltraud Meier/ conducted by Baremboin
Cry me a River/ Diana Krall/ arranging: Claus Ogerman
The Way you Look Tonight ( Kern)/ James Taylor/Conductor: John Williams
sexta-feira, 22 de maio de 2009
O pó da estrada.
Não é toda hora que temos a oportunidade de declarar a admiração pela arte de alguém assim, pessoalmente.
Nunca tive essa chance com Jobim, que não conheci pessoalmente, ou mesmo Gershwin, Cole Porter, Hendrix, Van Gogh, Charles Chaplin... evidentemente nunca mais realizarei tais sonhos.
Já com Zé Rodrix , Graças a Deus, foi diferente.
Frente a frente com meu ídolo de infância, por ocasião da festa de encerramento do saudoso Bar Supremo Musical ( ali no Backstage, as emoções já afloradas), consegui dizer à queima-roupa, a voz já um tanto embargada, o quanto sua música fazia parte de minhas primeiras histórias, minha infância.
Disse a ele que aprendi com minha mãe "Mestre Jonas", "Blues Riviera", "Pó da estrada"... que tinha um carinho imenso por tudo que tinha escrito, que cheguei a tocar num velho violão Del Vecchio a "Primeira canção da estrada" (até as 4ªs em pirâmide do final, ele riu), que ele era uma figura rara e um compositor fantástico. Dito tudo isso, voltei pra casa cantarolando "Casa no Campo", realizado. Gostaria de dizer tudo novamente, tantas vezes quanto pudesse!
Assim que soube de sua partida, instantaneamente coloquei o "Mestre Jonas" no máximo. Os olhos marejaram.
Resolvi então escrever, apenas para contar mais uma vez do meu incrível apreço por ele e agradecer por sua música; Obrigado Zé!
Nunca tive essa chance com Jobim, que não conheci pessoalmente, ou mesmo Gershwin, Cole Porter, Hendrix, Van Gogh, Charles Chaplin... evidentemente nunca mais realizarei tais sonhos.
Já com Zé Rodrix , Graças a Deus, foi diferente.
Frente a frente com meu ídolo de infância, por ocasião da festa de encerramento do saudoso Bar Supremo Musical ( ali no Backstage, as emoções já afloradas), consegui dizer à queima-roupa, a voz já um tanto embargada, o quanto sua música fazia parte de minhas primeiras histórias, minha infância.
Disse a ele que aprendi com minha mãe "Mestre Jonas", "Blues Riviera", "Pó da estrada"... que tinha um carinho imenso por tudo que tinha escrito, que cheguei a tocar num velho violão Del Vecchio a "Primeira canção da estrada" (até as 4ªs em pirâmide do final, ele riu), que ele era uma figura rara e um compositor fantástico. Dito tudo isso, voltei pra casa cantarolando "Casa no Campo", realizado. Gostaria de dizer tudo novamente, tantas vezes quanto pudesse!
Assim que soube de sua partida, instantaneamente coloquei o "Mestre Jonas" no máximo. Os olhos marejaram.
Resolvi então escrever, apenas para contar mais uma vez do meu incrível apreço por ele e agradecer por sua música; Obrigado Zé!
quarta-feira, 13 de maio de 2009
'Sala de Ensaio' em SP dias 28/05 e 04/06.

Sala de ensaio, ou "sala de estar com música ao vivo", como queiram.
Escolhi com carinho um espaço para realizarmos uma prévia das turnês, e também testar canções inéditas do próximo disco. A sala Crisantempo , que fica bem no coração da Vila Madalena, oferecia as condições ideais: um Teatro encantador, com Foier/Bar agradabilíssimos, astral bacana, aconchegante e ao mesmo tempo bem equipado, oferecendo ótima vibe para que a música seja plena e o ambiente casual. Os shows acontecem às quintas-feiras: a última de Maio e primeira de Junho. Todos são muito bem vindos à nossa "Sala de Ensaio", em SAMPA.
C.
p.s. Antes que me esqueça: A D'addario, minha parceira e Sponsor já há algum tempo, está sorteando dois pares de ingressos e um kit d'addario. Aí vai! Ingressos D'addario.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Engenho e Arte
" As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte."
Luíz Vaz de Camões
Dentre Santistas, Palmeirenses, São paulinos, Corinthianos, Flamenguistas, Cruzeirenses, Atleticanos ou gremistas (não importa!), todos hão de concordar com a afirmação: Ronaldo tem o engenho e a arte, isso é inegável. Poucos são os jogadores capazes de criar momentos de tal magnitude e beleza, mas quando o fazem elevam o velho esporte bretão à condição de arte, arte sublime. É bonito de se ver.
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte."
Luíz Vaz de Camões
Dentre Santistas, Palmeirenses, São paulinos, Corinthianos, Flamenguistas, Cruzeirenses, Atleticanos ou gremistas (não importa!), todos hão de concordar com a afirmação: Ronaldo tem o engenho e a arte, isso é inegável. Poucos são os jogadores capazes de criar momentos de tal magnitude e beleza, mas quando o fazem elevam o velho esporte bretão à condição de arte, arte sublime. É bonito de se ver.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Dica da semana: Lu no Bourbon, dia 05.

Não é de hoje que conheço o trabalho de Lu Alves.
Desde 2000 ela vem cantando e viajando comigo pelo mundo afora. Diga-se de passagem, de forma notável, fantástica, fundamental; pois seja lá onde Lu coloque sua voz, uma canção ganhará dimensões e contornos aparentemente inatingíveis - Lu hoje é uma das maiores cantoras em atividade no país (sem nenhuma concessão), simples assim. Portanto a dica da semana é seu show de estréia com banda estelar no Bourbon street em São Paulo. O repertório traz Paulinho da Viola, Chico César, Chico Buarque, Wisnik, Gil, Céu, e por aí vai. Os grandes Fabio Torres, Paulinho Paulelli, Edu Ribeiro e Swami Jr se encarregam de acolchoar a linda voz da cantora. Terça feira lá no Bourbon.
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