sexta-feira, 22 de maio de 2009

O pó da estrada.

Não é toda hora que temos a oportunidade de declarar a admiração pela arte de alguém assim, pessoalmente.
Nunca tive essa chance com Jobim, que não conheci pessoalmente, ou mesmo Gershwin, Cole Porter, Hendrix, Van Gogh, Charles Chaplin... evidentemente nunca mais realizarei tais sonhos.
Já com Zé Rodrix , Graças a Deus, foi diferente.
Frente a frente com meu ídolo de infância, por ocasião da festa de encerramento do saudoso Bar Supremo Musical ( ali no Backstage, as emoções já afloradas), consegui dizer à queima-roupa, a voz já um tanto embargada, o quanto sua música fazia parte de minhas primeiras histórias, minha infância.
Disse a ele que aprendi com minha mãe "Mestre Jonas", "Blues Riviera", "Pó da estrada"... que tinha um carinho imenso por tudo que tinha escrito, que cheguei a tocar num velho violão Del Vecchio a "Primeira canção da estrada" (até as 4ªs em pirâmide do final, ele riu), que ele era uma figura rara e um compositor fantástico. Dito tudo isso, voltei pra casa cantarolando "Casa no Campo", realizado. Gostaria de dizer tudo novamente, tantas vezes quanto pudesse!
Assim que soube de sua partida, instantaneamente coloquei o "Mestre Jonas" no máximo. Os olhos marejaram.
Resolvi então escrever, apenas para contar mais uma vez do meu incrível apreço por ele e agradecer por sua música; Obrigado Zé!

9 comentários:

Karina Santiago disse...

Obrigada por ter escrito esse post. Estou me sentindo representada. Ele fez parte da minha vida também e gostaria de ter dito a ele.

Que alegria termos desfrutado e ainda podermos desfrutar do trabalho que ele deixou.

Luis Tadeu Santos disse...

Que bom, Chico, seu texto e o seu reconhecimento. Admiro o Zé Rodrix faz tempo, como cantor, compositor e publicitário (como eu). Mas só bem recentemente tive oportunidade de falar com ele e externar a minha admiração também. E ele parecia daquelas pessoas que é seu amigo de anos... Uma pena, até pelo que ele ainda ia criar por aqui.
Abração.
Tadeu

Mecka disse...

Chico,

O Zé Rodrix é parte da história da minha geração e das coisas que queríamos dizer.Também cresci escutando as suas canções!
Ontem, quando ouvi de sua partida, como apenas 61 anos, fiquei a pensar que ele era mesmo tão especial que já não devia estar nesta dimensão, chamaram para a próxima...
O Zé agora na dimensão do além finito se eterniza! Cantemos!!!

Chico Pinheiro disse...

Poxa pessoal, que bom que vocês partilham desse carinho por essa figura autêntica que era o Zé Rodrix!
É isso aí!
Abs
C.

rogerio santos disse...

Ô Chico...
Disse tudo, meu camarada...
Eu quando era adolescente, nos idos dos anos 80, logo que comecei a gostar de verdade de MPB, fui aportar no Clube da Esquina e nos sons de Sá, Rodrix e Guarabira.
Até hoje gosto e ouço...
Senti um nó na garganta com a notícia da perda de um ídolo...

Eu gostava mais ainda da outra canção da estrada...
"Quero ir pra casa não vejo minhas coisas, desde o começo de abril / um relógio velho me espera parado, desde o começo de abril / tem uma menina que eu encontrei na estrada, dizendo que volta comigo / pra descansar um pouco da vida que a gente escolheu..."

E por aí vai...

Mestre Jonas... inesquecível!

Até breve ao Zé Rodrix, que elevou sua alma nessa passagem terrena, e de quebra, elevou várias outras com sua música linda...

Abraços, caro Chico !

rogerio santos disse...

Chico, obrigado pelos teus comentários...
Agora que os vi...
Soul da Cidade é uma das canções que gosto muito de fazer...
Tem muito a ver com nosso jeito (des)equilibrado de viver...
Abraços
Rogerio

Mirian Lipovetsky disse...

Ei, Chico! Recebi outro dia um texto do epitáfio do Zé Rodrix (ok, não sei se a fonte é segura, mas me pareceu bem o estilo dele ;-). Taí um que "encantou", como diria o Guimarães Rosa, sem deixar de encantar e nos fazer cantar. abs

Mirian Lipovetsky disse...

Ah! Aqui em Minas, mais especificamente em BH, temos um Mestre Jonas - que, se não me engano, está no myspace também. E ele não mora dentro da baleia, hehe

Anônimo disse...

Estava nesse show, foi a ultima vez que o vi pessoalmente. Quando vou de ferias ao Rio e sempre corrido, nao da tempo de ir a SP rever os amigos e consequentemente tentar assistir seu show mas Gracas a Deus voce vira pra Dublin :-)