É sabido que a Italia teve um papel fundamental na história da fabricação de instrumentos de cordas, principalmente à partir do sec. XVI. A Luthieria era um ofício "de familia", passado de pai para filho através das gerações (havia famílias incríveis no ramo de luthieria em Milão, Veneza, Bologna, Florença, e Cremona, terra do inventor do violino, Andrea Amati, e também de Antonio Stradivari, talvez o mais famoso luthier da história).
No final do século XVIII, Nápoles era não só uma das maiores cidades da Península Italiana, mas de toda a Europa, e havia por lá uma cena musical extremamente prolífica. A Escola de Ópera Napolitana de Alessandro Scarlatti, a Ópera "Buffa", assim como alguns dos mestres pioneiros da guitarra clássica, Ferdinando Carulli e Mauro Giuliani, tiveram todos em Nápoles seu cenário inspirador.
A primeira 'guitarra' de seis cordas fôra criada pelo napolitano Gaetano Vinaccia, em 1779 (conhecida como "guitarra romântica"), e nesse interim, algumas famílias napolitanas, como os próprios Vinaccia e os Fabricatore, passaram a introduzir técnicas modernas e inovadoras à fabricação de bandolins e guitarras. Com o tempo, Nápoles tornou-se o mais importante centro na produção de instrumentos de cordas da Itália, posição em que permaneceu durante todo o sec. XIX.
Na virada do século XX, por conta de uma crise econômica aguda e da turbulenta situação político-econômica decorrentes do processo de unificação, milhões de italianos imigraram para os Estados Unidos. O fato é que muitos desses imigrantes eram justamente do Sul, e se estabeleceram nos EUA sobretudo na região de Nova Iorque, criando enormes comunidades chamadas de "Little Italy". Estes bairros tornaram-se um tanto quanto familiares, principalmente através dos filmes de Martin Scorsese e Francis Ford Copolla, mas aqui quero falar de outra coisa - os guitarmakers e suas criações extraordinárias.
Em 1880, um grupo espanhol chamado "Estudiantes Espanoles" excursionou os EUA tocando suas bandúrrias, tornando -se uma verdadeira sensação! Rapidamente, os músicos italianos imigrantes trataram de capitalizar aquele sucesso estrondoso dos "Estudiantes" e logo começaram a formar grupos locais, imitando a trupe espanhola que tocava música de raíz, apenas substituindo as bandúrrias por bandolins.
Entre 1880 e 1920, houve uma verdadeira febre por estes instrumentos nos Estados Unidos, onde milhares eram importados da Itália.
Em 1880, um grupo espanhol chamado "Estudiantes Espanoles" excursionou os EUA tocando suas bandúrrias, tornando -se uma verdadeira sensação! Rapidamente, os músicos italianos imigrantes trataram de capitalizar aquele sucesso estrondoso dos "Estudiantes" e logo começaram a formar grupos locais, imitando a trupe espanhola que tocava música de raíz, apenas substituindo as bandúrrias por bandolins.
Entre 1880 e 1920, houve uma verdadeira febre por estes instrumentos nos Estados Unidos, onde milhares eram importados da Itália.
Muitos luthiers italianos, que buscavam melhores condições e oportunidades, acabaram seguindo o fluxo imigratório e mudaram-se da península para os EUA, passando a manufaturar bandolins in loco, trazendo consigo técnicas e sabedoria até então desconhecidas no novo continente - técnicas estas que posteriormente seriam empregadas também na construção das famosas guitarras archtops.
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Há pouco tempo atrás tive a alegria e honra de participar ao lado de Anthony Wilson, Julian Lage e Steve Cardenas de um concerto, como parte de uma enorme homenagem a alguns dos mais fantásticos construtores ítalo-Americanos de guitarras archtops da atualidade. O evento chama-se "The Guitar Heroes", e alguns dos homenageados - os ítalo-americanos John Monteleone, James D'Aquisto, John D'Angelico - todos luthiers extraordinários, tiveram seus instrumentos expostos no evento. No concerto usamos quatro guitarras especialmente construídas por Monteleone para a ocasião, executando uma peça também escrita especialmente por Anthony Wilson: "The Four Seasons", e posso dizer o seguinte - as guitarras eram realmente fantásticas, foi um prazer muito grande experimentar cada um dos quatro modelos, muito próprios, personalíssimos.
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Ao longo desta mesma viagem, cheia de boas surpresas, tive a oportunidade e honra de conhecer outra lenda na história dos Luthiers Ítalo-Americanos, um dos maiores da atualidade.
Lá em Savannah, onde fica sua oficina, pude experimentar mais de 40 instrumentos feitos por este mestre, e fiquei absolutamente extasiado com a sonoridade, o acabamento e qualidade das guitarras, verdadeiras obras-primas.
Estou falando de Robert Benedetto, e da Benedetto Guitars.
Durante horas pude usufruir de diversos modelos, na casa do presidente H. Paul - onde me pediram para experimentar diversos exemplares clássicos da marca - uma noite memorável! Conferi de perto os modelos de John Pizzarelli, Pat Martino, Andreas Oberg, Bucky Pizzarelli, Andy Summers, Kenny Burrel, e outros modelos simplesmente extraordinários!
Já de volta a São Paulo, recebo a mensagem do presidente da Compania, dizendo que seria um enorme prazer construir um instrumento especial pra mim - e que gostariam que me tornasse um "Benedetto Performing Artist".
Precisamente das mãos do próprio Benedetto, já está nascendo esta nova e certamente incrível parceira musical, uma Benedetto Flagship Series.