terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Luizão Maia.


Há pouco estava em um restaurante com amigos quando uma canção que adoro, de um de meus discos prediletos, começou a tocar ao fundo: "Bye Bye Brasil", de Chico Buarque.
Até aí tudo bem, e você vai se perguntar: "mas porque postar sobre um fato tão corriqueiro - uma música familiar sendo tocada de fundo em um lugar público, assim por casualidade?"
É que um detalhe em especial nessa audição me emocionou - e logo durante a introdução. Ainda não tinha dado tempo de puxar pela memória a ficha técnica dos músicos, que ao longo da execução da canção fui lembrando... mas um instrumentista se fez reconhecer imediata e inequivocamente! Quando o baixo atacou a primeira nota, depois a segunda e a terceira, já parei para apurar os ouvidos. Lá pelo quarto compasso, quando apareceu o primeiro 'fill', aquela 'puxada' sensacional para o "oi coração", pensei comigo: Luizão Maia! Inconfundível...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Internet & Copyrights - enfim a democracia?


Outro dia comentava com um grande amigo músico como está difícil ouvir música nas rádios e tvs abertas. Estou aqui me referindo à música "não comercial" - ou àquela programação que 'em teoria' (mas só em teoria), não se encaixa nos 'padrões' de mercado (justamente a que ouço no meu ipod, invariavelmente).
Mas aí é que está, não falo dos artistas menos 'famosos' (embora não menos geniais) como J.T Meireles e os Copa 5, Donga, Bola 7, ou João da Bahiana, mas de nossos 'medalhões' - Chico Buarque, Tom Jobim, Edu Lobo, Moacir Santos - que há tempos são simplesmente ignorados pela grande maioria das estações ou, nas poucas que ainda são 'tocados', não o são suficientemente.
A coisa é mesmo grave... ou melhor... seria - parece que finalmente a luz acaba de surgir forte no fim do túnel.
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Há alguns dias, ao receber em casa o demonstrativo trimestral de recolhimento de direitos autorais e conexos, deparei-me com um tópico novo, já com direitos a serem recebidos, que indicava: "execução em internet".
Aquilo me deixou 'encafifado', pois nunca antes havia recebido sobre execução em internet no Brasil (inclusive cheguei a pensar que pudesse ser algum engano do ECAD!).
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Pois bem, abro o Estado de São Paulo de hoje e, ao ler a notícia abaixo, quase abro um vinho para brindar, logo de manhã - não era equívoco nenhum.
Ainda que timidamente, foi dado início ao repasse dos famigerados 'direitos sobre execução em internet', algo recentíssimo, até há pouco inédito no país.
Por isso mesmo, é claro que ainda existe um longo caminho de adaptações e ajustes pela frente, especialmente em um país como o nosso onde a legislação de direitos autorais e os órgãos que a aplicam em geral são nebulosos e obsoletos... e de fato não caminham de mãos dadas com compositores, intérpretes, artistas, enfim.
Mas a notícia, em si, é fantástica e animadora!
E o mais importante de tudo, e o que realmente me deixou contente, foi testemunhar o gosto dos internautas ali impresso, absolutamente alheio à programação padrão de rádios e tvs - muito mais plural, brasileiro, democrático! Afinal, na internet cada um ouve o que quer, quando quer, e da forma que quer.
Vejam que maravilha (atentem-se à lista dos autores, intérpretes e músicas mais tocadas!):

O Estado de São Paulo - "Pela Primeira vez, Música na rede recebe direitos"